Também observei que existe uma clara diferença entre os termos: man (marido) e vriend (namorado). Ao contrário do Brasil que, mesmo sem casar, as mulheres chamam seus parceiros ou namoridos de marido, aqui existe uma clara diferença entre “ser casado” ou “morar com alguém”. Mas atenção: não estou falando que existe qualquer tipo de discriminação.
O engraçado é que com o passar do tempo percebi que na verdade, aqui o produto casamento não perdeu a sua importância. Alterou-se apenas a ordem dos fatores. Existe o azarar, o ficar, o sair, namorar, morar junto e casar. Os filhos às vezes vem antes ou depois. O que vejo mais e mais é que as moderninhas holandesas ainda valorizam e aguardam – com alguma ansiedade e prudência – o famoso pedido, como muitas mocinhas espalhadas pelo planeta afora.
Presenciei outro dia o seguinte diálogo:
– Olha, tenho um anúncio para fazer para vocês. Não posso mais fazer parte do grupo. Vou parar.
Reação:
– Poxa, achei que você anunciar o casamento ou que estivesse grávida. (olha que ela já está morando com o namorado há uns cinco anos).
Um outra amiga me falou: – tenho um casamento para ir no final de setembro. É a primeira do nosso grupo que vai casar! Cheguei a ver o brilhinho nos olhos.
Observando e ouvindo reações, pensamentos, opiniões e comentários, vejo no fundo de muitas holandesas ainda existe uma Cinderela à espera do príncipe encantado. A diferença é que aqui o príncipe participa mais da vida doméstica e ainda existe o test-drive antes da decisão final.