E chegamos a mais um capítulo da novela do uso de máscara na Holanda. O governo decidiu recomendar com vigor o uso das máscaras em lugares públicos fechados. Isso claro, após pressão do Parlamento. A recomendação veio aos soluços: primeiro lugares fechados e só depois as escolas foram incluídas.
O que você precisa saber sobre o uso de máscaras na Holanda
O governo recomenda fortemente o uso de máscaras não profissionais em:
- Lojas, museus, câmaras municipais, estações, aeroportos, garagens de estacionamento, postos de gasolina;
- Também em restaurantes, cafés, teatros e salas de concerto, quando as pessoas não estiverem em lugares sentados;
- Em lugares semifechados, como, por exemplo, terraços;
- Locais de trabalho de profissões de contato como cabeleireiros, fisioterapeutas.
- Escolas e Transporte público
O COVID-19 na Holanda e uso de máscaras
A história do uso de máscaras na Holanda, desde o início, é confusa e controversa. A Holanda optou por um lockdown inteligente. Ou seja, o governo enfatizou a comunicação das medidas básicas e colocou todas as suas fichas (e a responsabilidade) no comportamento da população. Quanto às máscaras, o governo holandês insistiu em não adotá-las, enquanto todos os seus países vizinhos fizeram o uso das máscaras obrigatório.
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Máscaras e a cultura na Holanda
No início, a preocupação era com o estoque de máscaras para os profissionais. Depois, havia a falta de prova científica. em seguida, o risco das pessoas se sentirem protegidas e não respeitarem a distância. Enquanto os argumentos mudaram com o tempo, a teimosia e a atitude comedida holandesa se mantiveram constantes.
O como e o porquê
O anti-autoritarismo faz parte do DNA holandês.Ou seja, o holandês precisa sempre ser convencido antes de obedecer ou seguir a maioria das regras. O que se vê é que a questão não é como fazer, mas porque fazer.
O uso de máscaras na Holanda e a flexibilidade no jogo político
O primeiro ministro Mark Rutte, até essa semana, parecia ser alérgico às perguntas sobre as máscaras. Na verdade, ele sempre insistiu na sobriedade e responsabilidade do povo holandês. Isso, até o verão chegar, a população cansar do isolamento e a segunda onda meter o pé na porta.
Eleições e o COVID-19
O primeiro ministro holandês é famoso pelo constante sorriso de plástico, que sempre acompanha a sua resposta para qualquer pergunta ou situação. Também pelas suas constantes viradas de jogo e opinião. Claro que não foi diferente com as máscaras. Já que encontrou o lugar bem confortável ao recomendar, e não impor, o uso de máscara. Assim, a responsabilidade fica nos ombros dos donos de estabelecimentos.
O que vemos é que o governo perdeu, mais uma chance de passar uma mensagem clara para a população num momento de urgência. Ah, só mais um detalhe: as eleições holandesas acontecem em março e a pandemia vai ter um papel importante na campanha. Agora é acompanhar o desenvolvimento da segunda onda e torcer pra permanecer saudável. Com ou sem máscara.
Fonte: Rijksoverheid.nl