Amigos, foi realmente um renascimento ou uma ressurreição de uma múmia. Ainda guardo uma pouco da técnica, posso tocar a bola bem, mas na quadra, estou mais perdida que cachorro que caiu do caminhão da mudança. Não posso voltar pra casa velha e ainda não sei o caminho da nova. Sem falar que a maioria das instruções são em holandês e só traduzidas a meu pedido. Claro que não vou ficar a cada segundo interrompendo, se entendo boa parte do que ouço. O saque foi outro problema, mas acredito que após algumas semanas, as coisas vão voltar a perto do normal e este corpinho vai obedecer à mente.
O maior problema foi o vestiário. Como aqui tudo é muito natural (inclusive a nudez), não há um lugar fechado. Os chuveiros são abertos, assim como o local de trocar de roupa. Estava acostumada com as academias do Brasil. Ok, o lugar onde você troca de roupa é aberto, mas no chuveiro, você tem alguma privacidade. Outra coisa, fiquei intimidada pela falta de depilação. Podem rir, mas me achei uma estranha no ninho. Diante de tanta fartura capilar, me senti um ET depilado e preferi tomar meu banho em casa.
No geral, fui bem recebida e gostei do ambiente. É bom para o corpo – calorias a menos -, mente e também para o meu holandês. Outra cosia: pelo que vejo, é através de esportes, hobbies, coisas e gostos em comum que nascem as amizades por aqui. Trabalho é uma coisa à parte da vida privada. Não adianta querer ter a mesma vida que tinha no Brasil. O negócio é preservar o seu jeito de ser, mas viver de acordo com as regras sociais do país onde se mora. O difícil é conseguir esse equilíbrio.